sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O contexto criativo das organizações atuais


Nas últimas décadas, especialistas tem sustentado a necessidade do emprego em larga escala da criatividade no meio empresarial para seu desenvolvimento e adaptação às novas realidades de mercado.
Por outro lado, observa-se que por longo período houve resistência em adotar um posicionamento nesse sentido, o que se justifica no perfil austero assumido pela maioria das organizações em razão das teorias de administração que contemplam as visões taylorista e fordista, excetuando aquelas, consideradas de vanguarda, que atuam no segmento da Tecnologia da Informação.
 As organizações dessa área, TI[1] – principalmente as voltadas para o desenvolvimento de softwares ou produtos e serviços correlatos -, perceberam a importância do “recurso humano” e de manter os processos administrativos adaptados às suas reações ante às novas situações da vida e até as situações antigas. E, assim, buscaram estabelecer um relacionamento, empresa/colaborador, de modo a favorecer a criatividade com foco na produtividade organizacional.
As interferências da forma do homem de perceber a si, e o mundo que o rodeia, com consequente abalo na natureza comportamental, no universo organizacional, são relatadas por Jacob Levi Moreno (1999) quando este defende a existência da espontaneidade criativa, ou seja, a capacidade de reação do homem, de forma nova, a situações novas e, de forma diferente a situações antigas, sem contudo desprezar a criatividade.
A repercussão disso no meio organizacional mecanicista, por outro lado, tem se mostrado nociva, visto que, em muitas situações, as pessoas vão trabalhar sabendo que não devem interferir de forma direta no trabalho dos colegas, o que sugere não ter ideias ou que não são pagas para isso, ou até mesmo em razão da liderança autocrática exercida.
O fato é que, no contexto organizacional da atualidade, de elevada competitividade, advinda da globalização e da busca incessante e crescente pelo cliente, algumas práticas gerenciais adotadas não consideram as características peculiares de cada organismo empresarial, talvez em função do aligeiramento de sua implementação ou da busca por resultados imediatos.
Em meio a isso, até mesmo a criatividade fica sem espaço, visto ser muito comentada, difundida, mas, contudo, nem sempre posta em prática, o que per si dificulta o desenvolvimento e a sustentabilidade organizacional. Outro aspecto a ser lembrado, está relacionado ao fato de certas organizações tomarem a criatividade apenas como mais uma ferramenta voltada para o sucesso empresarial, desprezando o fato que ela se conforma como um processo dinâmico e, portanto, responsável pelo trabalho contínuo de inovação organizacional, que demanda uma cultura de maior participação de todos os setores e uma visão sistêmica de gestão.
Sobre a gestão, e sua eficácia, pode-se afirmar que ela significa a tomada de decisão sobre recursos disponíveis e, para tanto, deve-se trabalhar com e através de pessoas para atingir objetivos, tendo em conta as informações obtidas pelos profissionais envolvidos no processo, no contato com os mais variados meios disponíveis.
Nesse contexto, as principais funções administrativas, como a fixação de objetivos, a análise e solução dos problemas, organização e alocação de recursos – humanos, tecnológicos, financeiros etc. -, liderança e direção, entre outras, são sustentadas pelos elementos do processo administrativo, ou seja, planejar, organizar, dirigir e controlar.
Muito obrigado e até a próxima postagem.
Bibliografia
HAMEL Gary; Prahalad C. K. Competindo pelo futuro: estratégias inovadoras para obter o controle do seu setor e criar os mercados de amanhã. São Paulo: Campus, 1995.
MORENO, J. L. Psicoterapia de grupo e psicodrama. 3. ed. São Paulo: Livro Pleno, 1999.
PORTER, Michael E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.


[1] Tecnologia da Informação