terça-feira, 29 de março de 2011

GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS E A INTEGRAÇÃO COM A ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL.

         Dado a relevância dessa temática, essa semana resolvi tecer alguns comentários sobre as questões que envolvem a Gestão de Pessoas na atualidade e sua integração as Estratégias Organizacionais.
         Boa leitura.
É fato que qualquer executivo ou gerente pode gerir pessoas em razão do cargo que ocupa ou função que exerce, contudo, somente um especialista na área de gestão de pessoas, por seu conhecimento da complexa natureza humana e dos objetivos organizacionais poderá, através de estratégias desenvolvidas para tal, fazê-lo com excelência.
Assim, cabe a esse profissional desenvolver estratégias de gestão de recursos humanos que se integrem as estratégias organizacionais, valorizando o ser humano pelo que ele é, e pelo que ele representa para as organizações, reconhecendo seus conhecimentos, suas habilidades e atitudes, de modo a integrar suas competências individuais às estratégias e aos objetivos dos organismos empresariais.
É comum interpretar o gestor como alguém que, pertencendo a uma determinada organização, executa as tarefas de gestão que lhe são confiadas. Essa visão é suportada pelo conceito clássico desenvolvido por Henry Fayol, em que o gestor pode ser definido pelas suas funções no interior da organização, ou seja, aquele a quem compete interpretar os objetivos futuros propostos pela organização e, em razão desse entendimento, com base no processo administrativo: planejamento, organização, direção e controle, desenvolver ações e tomar iniciativas que visem atingir os referidos objetivos.
Por outro lado, ante a complexidade do mercado globalizado, tão somente planejar, organizar, dirigir e controlar, sem considerar as variáveis humanas e os aspectos relacionados à percepção - e reação - das pessoas quanto à política, clima organizacional, entre outros elementos da ambiência corporativa e do ambiente externo e sua influência no cotidiano das organizações, se mostra insuficientes para atender as necessidades da gestão estratégica de pessoas na contemporaneidade.
Portanto, nesse contexto, para alcançar excelência na gestão de pessoas, o gestor terá que, não só utilizar de forma eficiente e eficaz o processo administrativo e seus instrumentos, como também ter em mente que deverá agir, sempre, estrategicamente.

Originada do meio militar, da palavra grega “strategos”, a estratégia tem o seu significado relacionado a reunião de forças para o enfrentamento de determinado inimigo. Com o passar dos tempos o termo assumiu proporções bem mais amplas, representando, em nossos dias, na visão de Oliveira (2007, p.4), algo como “um caminho, ou maneira, ou ação estabelecida e adequada para alcançar os resultados da empresa, representados por seus objetivos, desafios e metas".
Desse modo, percebe-se que a estratégia deve focar as diretrizes e os objetivos organizacionais, considerando aspectos de reconhecida relevância para alcançá-los, como missão, visão e valores que norteiam e dão sentido as ações das empresas, visto que são esses aspectos, ou elementos, que sustentam o seu planejamento estratégico, que pode ter como propósito atingir determinado patamar, ou posição no mercado, no curto, médio ou longo prazo.
Nesse sentido, Kotler (1992, p.63) afirma que o "planejamento estratégico é definido como o processo gerencial de desenvolver e manter uma adequação razoável entre os objetivos e recursos da empresa e as mudanças e oportunidades de mercado."
Por outro lado, para a criação da missão e visão dos organismos empresariais, tem-se que considerar a importância desses elementos para o público envolvido no processo, como colaboradores, gestores, entre outros. Assim sendo, a gestão estratégica de pessoas tem que ter em conta, no processo de planejamento estratégico, a adaptação das estratégias à realidade da organização e do mercado em que atua.
Como se vê, somente por esse viés é possível utilizar a Gestão Estratégica de Pessoas como um diferencial competitivo, ressaltando-se, no entanto, que as questões que envolvem o processo devem ser aprofundadas e entendidas como otimizadores da competitividade corporativa.
Muito obrigado, e até breve!

Bibliografia
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. 6ª edição. São Paulo: Atlas, 2000.
KOTLER, Philip. Administração de marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 2. ed. São Paulo: Editora Atlas, 1992.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento Estratégico: Conceitos, metodologia e práticas. São Paulo: Atlas, 2007.


terça-feira, 22 de março de 2011

QUAL A DIFERENÇA ENTRE RESUMO E RESENHA?

Considerando que muitos acadêmicos, e alunos em geral, (e executivos) alegam desconhecer a diferença entre resumo e resenha, resolvi tecer alguns comentários sobre a temática. E para tanto, busquei embasá-los na literatura voltada para tal, como também em sites e profissionais da educação que se ocupam da questão.
Alguns dicionários afirmam que resenha é uma "apreciação breve de um livro ou de um escrito", "texto breve, com apresentação e exame crítico de um livro ou de um escrito" e deve ser feita com base em algo que você leu, sendo permitido opinar (opiniões próprias) de forma crítica. Há certa controversa com relação ao conceito dicionarístico, já que a resenha pode ser elaborada com base em produções cinematográficas, por exemplo. Mas, o importante é que a finalidade básica da resenha é fazer uma análise, um exame, para em seguida emitir um julgamento, uma opinião. Toda resenha deve conter (a) um resumo, (b) uma análise, e (c) um julgamento.
De acordo com o Prof. Dr. Pedro Cezar Dutra Fonseca, a “resenha é um trabalho de síntese que revistas e jornais científicos publicam geralmente logo após a edição de uma obra, com o objetivo de divulgá-la. Não se trata de um simples resumo. O resumo deve se limitar ao conteúdo do trabalho, sem qualquer julgamento de valor. Já a resenha vai além, resume a obra e faz uma avaliação sobre ela, apresentando suas linhas básicas, deve avaliá-la, mostrando seus pontos fortes e fracos. A resenha pode ser de um ou mais capítulos, duma coleção ou mesmo dum filme. Apresenta falhas, lacunas e virtudes, explora o contexto histórico em que a obra fora elaborada e faz comparações com outros autores”.
Como se vê, como resumo crítico, a resenha só pode ser elaborada por alguém com conhecimentos na área, pois sua elaboração exige opinião formada. Além de resumir, o resenhista avalia a obra e, sustentando suas considerações, procura embasá-las, ou com evidências extraídas da própria obra ou de outras das quais se valeu para elaborar a resenha.
Basicamente são quatro os tipos de resenha:
1. Resenha acadêmica: é um resumo de um determinado assunto abordado, de um texto ou palestra, etc. Após você ter acesso a este assunto, você deverá demonstrar o seu ponto de vista acerca do assunto abordado, seria a sua visão do que foi abordado.
2. Resenha crítica: é aquela cujo objetivo é julgar o valor do texto, a sua beleza, a sua relevância. Responde basicamente à pergunta: O texto é bom?
3. Resenha temática: é aquela que fala de vários textos ao mesmo tempo, que tenham assuntos em comum. Basicamente, o objetivo é fazer um paralelo entre suas idéias e expor uma opinião sobre elas.
4. Resenha descritiva: é aquela cujo objetivo é julgar a verdade das proposições (idéias) do autor, investigar a consistência de seus argumentos e a pertinência de suas conclusões. Responde basicamente à pergunta: O que o autor diz faz sentido?
Ainda de acordo com o Prof. Dr. Pedro Cezar Dutra Fonseca, de uma boa resenha deve constar:
1. A referência bibliográfica da obra, preferencialmente seguindo a ABNT;
2. Alguns dados biográficos relevantes do autor (titulação, vínculo acadêmico e outras obras, por exemplo);
3. O resumo da obra, ou síntese do conteúdo, destacando a área do conhecimento, o tema, as idéias principais e, opcionalmente, as partes ou capítulos em que se divide o trabalho. Deve-se deter no essencial, mostrando qual é o objetivo do autor, evitando recorrer a detalhes e exemplos, com máxima concisão. Este momento é mais informativo que crítico, embora a crítica já possa estar presente;
4. As categorias ou termos teóricos principais de que o autor se utiliza, precisando seu sentido, o que ajuda evidenciar seu approach teórico, situando-o no debate acadêmico e permitindo sua comparação com outros autores. Aqui não só se deve expor claramente como o autor conceitua ou define determinado termo teórico, mas já se deve introduzir críticas, seja à utilização ou à própria conceituação feita pelo autor [em uma resenha para revistas especializadas, esta parte pode ser dispensada, até por economia de espaço, mas é essencial em trabalhos de aula, em que o recensor é também aprendiz];
5. A avaliação crítica, nos termos já referidos anteriormente no item 1. Este é o ponto alto da resenha, onde o recensor mostra seu conhecimento, dialoga com o autor e/ou com leitor, dá-se ao direito de proceder a um julgamento. Há vários tipos de críticas, mas destacam-se: (a) a interna, quando se avalia o conteúdo da obra em si, a coerência diante de seus objetivos, se não apresenta falhas lógicas ou de conteúdo; e (b) a externa, quando se contextualiza o autor e a obra, inserindo-os em um quadro referencial mais amplo, seja histórico ou intelectual, mostrando sua contribuição diante de outros autores e sua originalidade.
O mais importante em todo o processo é ter em conta que se deve apresentar e comentar pontos relevantes e específicos, fortes ou fracos. Não de deve elaborar uma crítica vazia, sem conteúdo ou base teórica, evidenciando desprezo ou preconceitos, ou mesmo corporativismo.
É importante lembrar que o Resumo nada mais é do que uma diminuição de um texto ou de algum assunto abordado, nunca perdendo o foco do assunto principal.
De acordo com a professora Sabrina Vilarinho, graduada em Letras, integrante da equipe Brasil Escola, “resumir é o ato de ler, analisar e traçar em poucas linhas o que de fato é essencial e mais importante para o leitor. Quando reescrevemos um texto, internalizamos melhor o assunto e não nos esquecemos. O fato de sintetizar um texto ou capítulos longos pode se tornar um ótimo hábito e auxiliá-lo muito em todas as disciplinas, pois estará atento às idéias principais e se lembrará dos pontos chaves do conteúdo”.
Ainda por seu entendimento, é só seguir alguns passos para se fazer um bom resumo:
1. Faça uma primeira leitura atenciosa do texto, a fim de saber o assunto geral do mesmo;
2. Depois, leia o texto por parágrafos, sublinhando as palavras-chaves para serem a base do resumo;
3. Logo após, faça o resumo dos parágrafos, baseando-se nas palavras-chaves já destacadas anteriormente;
4. Releia o seu texto à medida que for escrevendo para verificar se as idéias estão claras e seqüenciais, ou seja, coerentes e coesas.
5. Ao final, faça um resumo geral deste primeiro resumo dos parágrafos e verifique se não está faltando nenhuma informação ou sobrando alguma;
6. Por fim, analise se os conceitos apresentados estão de acordo com a opinião do autor porque não cabem no resumo comentários pessoais.
Com esse breve comentário sobre a diferença de resenha e resumo, espero ter contribuído para a produção acadêmica daqueles que, seja por falta de melhor entendimento ou por falta de prática, encontram certa dificuldade na elaboração de textos. O certo é que, de fato, escrever não é tarefa das mais simples, no entanto, a leitura constante de boas obras, não somente de jornais e revistas - que mais informam que desenvolvem -, se conforma como elemento basilar do processo, já que o hábito da leitura permite conhecer significados e interpretar sentidos, além de enriquecer o vocabulário.
Muito obrigado, boa leitura e até breve.
  
Sites visitados:
http://www.aureliopositivo.com.br/
http://www.brasilescola.com/redacao/resumo-texto.htm
http://www.google.com.br/
http://www.lendo.org/modelos-de-resenha-exemplos/
http://www.sitedoescritor.com.br/sitedoescritor_professor_virtual_perguntas_resenha_universitaria.html

terça-feira, 1 de março de 2011

Aprendizagem Organizacional como fator de competitividade

Ao observar o panorama altamente competitivo do mercado, e a necessidade de desenvolver mecanismos e estratégias vencedoras, na oportunidade, decidimos por fazer breve comentário sobre a importância da aprendizagem continuada nas organizações como fator de competitividade, otimizador de desempenho humano e conseqüente elevador da lucratividade corporativa. Boa leitura!
Caracterizada como a capacidade por meio da qual as organizações buscam lograr êxito na sua missão, de forma diferencial em relação aos seus concorrentes diretos, seja por meio da atuação em grupo ou individual, a competitividade empresarial tem como base a satisfação das necessidades e expectativas dos clientes – internos e externos -, revelando que no atual contexto do mundo dos negócios, ser competitivo é a única forma de sobreviver.
Desse modo, as estratégias adotadas pelas empresas para aumentar a sua competitividade, e obter maior lucratividade, buscam atender ao padrão de concorrência vigente no mercado específico. E nesse processo, as organizações precisam considerar a aprendizagem organizacional como um dos alavancadores de sucesso que possibilita às pessoas conduzirem alterações e inovações de forma continuada, tendo em conta que além de provocar o crescimento dos organismos empresariais, reflete positivamente na vida pessoal de seus colaboradores.
Nesse sentido, Idalberto Chiavenato (2004, p.470) sustenta que “a aprendizagem é a principal vantagem competitiva de uma organização. Ela conduz à criatividade e à inovação”. Com base nessa afirmação, pode-se inferir que mesmo se assemelhando a um produto, a aprendizagem organizacional, de fato, é um processo. E em razão de sua conformação como processo, não é de fácil identificação, ou dito de forma diferente, não se revela facilmente aos olhos de todos na organização. Na verdade, para ser transformada, efetivamente, em principal vantagem competitiva, é necessário instalar na ambiência corporativa uma mentalidade de aprendizagem continuada.
Nesse fato reside a importância desse processo, pois ao desenvolver mecanismos revolucionários e criar ambientes de aprendizagens que oportunizem maiores chances de sucesso organizacional, as empresas passam a compreender a necessidade e importância de experiências inovadoras e dinâmicas para o enfrentamento dos desafios que bloqueiam o seu crescimento.
Muito obrigado, e até o próximo encontro.


 Bibliografia

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações: edição compacta. 3. ed. rev. e atualizada. – 5. reimpr.– Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

FRANÇA, Ana Cristina Limongi. Práticas de recursos humanos: conceitos, ferramentas e procedimentos. 1. ed. – 3. reimpr. – São Paulo: Atlas, 2009.

GIL, Antonio Carlos. Gestão de Pessoas. Enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Atlas, 2006.